quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Textualidade e Gêneros textuais: referência para o ensino de línguas.

1-A dimensão da textualidade como perspectiva de compreensão do fenômeno linguístico.

Com as influências multidirecionadas conduziram a linguística ao âmbito mais amplo da língua. Assim pode-se afirmar que usar a linguagem é uma forma de agir socialmente, interagir com os outros, e que essas coisas acontecem somente em textos.

A autora relata que incluir a textualidade na complexidade linguístico-social em que ela se manifesta, significou sujeitar-se a heterogeneidade e à fluidez próprias de todos os tipos de atuação humana.

2-A dimensão da textualidade como fundamento para o ensino de línguas.

A autora propõe, com as dimensões da textualidade e os paradigmas trazidos por ela, que o estudo das línguas seria mais consistente e relevante se tivesse o texto como seu ponto de referência. Ou seja, quanto mais se entende o fenõmeno da linguagem, mais poderemos compreender os processos que implicam em seu funcionamento concreto, assim levando ao domínio do texto em seus desdobramentos cognitivos, linguísticos, discursivos e pragmáticos. Com isso é perceptível que o texto torna-se elemento principal para o ensino de línguas.

3-A dimensão da textualidade desde a realização dos gêneros textuais.

Esse tópico relata que é a partir dos textos e suas variadas formas de construção escritas ou orais, que podemos identificar os tipos de gêneros textuais os quais tornam-se elementos além do linguístico, já que abrange normas e convenções que são determinadas pelas práticas sociais que regem a troca efetivada pela linguagem. Assim conhecer os diferentes gêneros que circulam faz parte de nosso conhecimento de mundo e do acervo cultural.

4-Os gêneros textuais e o ensino de línguas: com que fundamentos?

O conceito de gênero, definido segundo SWALES, diz que: "Uma categoria distintiva de discurso de algum tipo, falado ou escrito, com ou sem propósitos literários".

A partir disto e do conhecimento a cerca de gêneros textuais percebemos que a autora visa nos mostrar nesse tópico que os gêneros textuais e o ensino de línguas estão ligados já que pode-se tomar os gêneros como referência para o estudo daquela.

5-Que implicações pedagógicas poderia ter o fato de admitirmos os gêneros como referência de nosso trabalho em sala de aula?

Com a admissão dos gêneros textuais como referência do trabalho em sala de aula, percebe-se que, com os textos escritos e orais passando a ser o objeto de estudo das aulas de línguas tornando eixo do programa , o monopólio da gramática, o estudo das classes de palavras dentre outros estudos serão assim "extintos".

6-À guisa de ilustração: os termos de uma proposta.

Nessa parte a autora mostra alguns modelos utilizados para se ter um melhor planejamento nas aulas de português.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sintese do texto "Repensando a textualidade"

O Texto “ Repensando a Textualidade “ de Maria Da Costa Val, aborda em seu conteúdo elementos constitutivos da Historia da Linguistica textual, que possui como objeto de estudo a noção de texto e os fatores relacionados a sua produção e recepção .
De Acordo com os estudos de Maria- Elisabeth Conte (1970)A Lingüística textual passou por três grandes momentos de estudos; sendo o primeiro o da Analise transfrástica cuja atenção se voltava para os estudos da relação entre os enunciados, e os fenômenos que não conseguiam ser explicados pelas teorias sintáticas e/ou semânticas, quando se toma a frase como unidade máxima de analise. Focalizando fenômenos como a correferência, o emprego do artigo e a correlação entre o tempo e modos verbais, hoje requeridos pela coesão textual.
Um dos grandes estudiosos deste momento foi Isenberg(1968)que chama atenção para o estudo das relações não expressas por marcas lingüísticas de superfície, no qual o autor postula a existência de doze procedimentos de textualização que regularizam as possíveis relações entre os enunciados e possibilita aos falantes gerar e reconhecer estruturas lexicais subjacentes.
A segunda vertente da lingüística textual volta-se para a construção de gramáticas do texto no qual o texto passa a ser visto como além de uma seqüência de frases e seu significado dá-se a partir do todo que o compõe . também há uma ampliação do conceito Chomskiniano de competência lingüística para competência textual.Tida como a capacidade que habilitaria os falantes a produzir, interpretar e reconhecer textos coerentes.
Na terceira vertente da Linguística Textual, é trabalhada a construção de teorias do texto, enfatizando os aspectos pragmáticos. E buscando a ampliação acerca da competência comunicativa, ou seja, referente à capacidade de se participar com eficiência e eficácia nas situações sociais de comunicação.
De acordo com Costa Val ,foram surgindo conceitos importantes a cerca da significação do texto como o de Halliday & Hasan (1976)que classificam o texto como”uma unidade de língua em uso’ (p.1), a textura que equivale à textualidade define-se como uma propriedade que faz com que o texto funcione ‘como uma unidade em relação a seu contexto’ (p.2).
Segundo Costa Val citando Beaugrande & Dressler (1981), que postulam sete princípios que constituem a textualidade,sendo eles: a coesão, coerência, intencionalidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e intertextualidade; que funcionam integradamente com três princípios reguladores da comunicação textual – eficiência, eficácia e adequação.
A eficiência de um texto diz respeito à sua capacidade de comunicar com o mínimo de esforço tanto do produtor quanto do receptor; a eficiência (eficácia na verdade) está ligada a sua capacidade de ‘impressionar’ o recebedor; a adequação tem a ver com a pertinência e relevância do arranjo que constitui sua textualidade com relação ao contexto em que ele ocorre (p. 41).
Segundo Charolles (1978),in Introduction aux problèmes de la coherence des textes, sobre as regras ou as ‘meta-regras’ que constituem a coerência, ele afirma que a coerência e o sentido do texto dependem da situação, o texto não é coerente e nem deixa de ser em si mesmo, é a situação que o determinará como coerente ou não para alguém.
Na primeira meta-regra, denominada meta-regra de repetição ( como a reiteração e a paráfrase) diz que um texto para ser coerente, é necessário que haja em sua composição um desenvolvimento linear, elementos e recorrência estrita; A segunda meta-regra diz respeito à progressão, na qual para que um texto seja coerente é preciso que em seu desenvolvimento haja uma contribuição semântica que se renove constantemente. Costa Val cita Como exemplo a intuição textual dos falantes no requisito de coerência com expressões como ‘ir para frente’, ‘não ficar amassando barro’, etc. Na terceira mete-regra temos alusão ao fenômeno que se refere à não-contradição, ou seja para que o texto seja coerente, é preciso que no seu desenvolvimento não se introduza nenhum elemento semântico que venha a contradizer algo posto por uma ocorrência anterior, ou deduzível desta por inferência .
A quarta e última meta-regra é a que Charolles (1978) denomina de meta-regra de relação. E diz que , para que uma seqüência ou um texto sejam coerentes, é necessário que os fatos que denotam no mundo representado estejam diretamente relacionados.
Charolles mostra que a utilização das metas-regras não perde de vista a coerência, sendo que a coerência não encontra-se delimitada ao texto enquanto produto, mas antes a um processo resultante de interlocução .Beaugrande (1997) citado por Costa Val diz que é essencial ver o texto como um método comunicativo, nas quais se devem levar em conta ações lingüísticas, cognitivas e sociais.
Conforme Costa Val a interpretação de um texto vai depender dos conhecimentos acerca dos princípios de textualização, como coesão, coerência e entre outros . levando-se em conta que o texto não é apenas um produto em si, mas resultado de uma atividade lingüístico-cognitiva socialmente situada.

Referencia Bibliográfica:

AZEREDO, José Carlos (org.). Repensando a textualidade. In: Língua portuguesa em debate: conhecimento e ensino. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007, p. 34-51.

A Informatividade do Texto

Aula de Linguistica II , em 21/07/2010. Nesta aula foi discutido com base nos textos de ANTUNES ( 2009) a noção de “ A informatividade presente nos textos”, através de apresentação de seminário.

Ente nde-se por informatividade as propriedades de que diz respeito ao grau de novidade, de imprevisibilidade que a compreensão de um texto comporta. Ou seja, A informatividade do texto é as informações veiculadas através dos textos escritos ou visuais, como anúncios, artigos, entre outros. Quanto mais imprevisível for um texto, maior será seu grau de informatividade..

Sendo que O grau de informatividade de um texto é medido de acordo com o conhecimento de mundo das pessoas a que ele se destina. Ou seja, dizemos que um texto possui um alto grau de informatividade quando a compreensão mais ampla desse texto depender do repertório cultural do leitor. Quanto menos previsível for texto , mais informativo ele será, e conseqüentemente chamará mais atenção do leitor .

O grau de informatividade pode ser avaliado de acordo , com a proporção das novidades de conteúdo e de forma que ele apresenta. Portanto: quanto mais novidade possui o texto mais informatividade ele terá.


Referência Bibliografica : ANTUNES, I. Lingua,texto e ensino: outra escola possivel. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. ( cap.7)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Filme A Hora da Estrela (1985) parte 13/13

O momento que mais me emocionou foi o momento da morte de Macabéa, no qual finalmente ele pode sonhar, e de certa forma ter o seu tão sonhado momento, a sua “ Hora da estrela”.Vejam vocês também... Filme A Hora da Estrela (1985) parte 13/13

“Então ao dar o passo de descida da calçada para atravessar a rua, o destino (explosão) sussurrou veloz e guloso: é agora, é já, chegou a minha vez! E enorme como um transatlântico o Mercedes amarelo pegou-a e neste mesmo instante em algum único lugar do mundo um cavalo como resposta empinou em gargalhada de relincho .“ ( Lispector,Clarice. P.79)




Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=22yY7dyGTxE acesso em 01/08/2010

A Hora da Estrela - Clarice Lispector

Leitura da obra “ A Hora da Estrela “ de Clarice Lispector, solicitado pelo professor José Cezinaldo Rocha Bessa ( UERN), na disciplina por ele lecionada Lingüística II .

Publicado em 1977, pouco antes de a autora morrer, A hora da estrela é a única de suas obras que enfatiza aspectos da realidade objetiva, manifestada através de uma intenção explicitamente social, a autora traz em sua obra o tema da imigração de muitos nordestinos para o sudeste em busca de melhores condições de vida. [ leia mais]

Resumo Da obra:

A obra inicia-se com a apresentação de Rodrigo, narrador onisciente,criado por Clarice. Este conta a Historia de Macabéa, personagem protagonista, vinda de Alagoas para o Rio de Janeiro, este se questiona sobre a sua forma de compreender Macabéa.
Rodrigo faz uma descrição de Macabéa , uma alagoana, orfã. virgem, ignorante, dezenove anos e que se diz "datilógrafa", profissão que executa muito mal, muito magra e pálida, devido a má alimentação, cheirava mal, pois raramente tomava banho, dormia mal por causa da tosse persistente. Caracterizada pelo narrador como uma pessoa alienada, que não sebe nada com nada, de medíocre personalidade, despreparada para a vida. Veio para o Rio de Janeiro com uma tia que cuidara dela desde os dois anos de idade Onde consegui um emprego de datilógrafa. A tia falece e, após a morte da tia, Macabéa vai morar em um quarto de pensão no o qual divide com quatro garotas . Conhece Olímpico de Jesus, Mau-caráter e ambicioso e único namorado que teve, que logo depois a abandonara por sua única amiga Gloria. Este estava sempre irritado com Macabéa , e ela com medo de perde-lo aceitava sempre os seus maus tratos.
Sua vida não era nada fácil,um certo dia ela resolve ir ao médico devido a tosse que só piorava, e descobre que tem tuberculose, mas não entende muito bem a gravidade da doença, e não da interesse pra o tratamento de sua doença Sente-se bem só por ter ido ao consultório. Macabéa era muito simples seus luxos consistiam em pintar de vermelho as unhas, que roía depois, comprar uma rosa e, ir ao cinema, ver Marilyn Monroe grande estrela da época o que fazia com que ela desejasse ser uma estrela como Marilyn Monroe. Aconselhada por Glória, Macabéa vai até uma cartomante para saber de sua sorte. Tratada com bastante amabilidade pela cartomante, Macabéa sente uma confiança na qual jamais sentirá antes. A cartomante lê as cartas para Macabéa, que, emocionada, pela primeira vez vislumbra um futuro e se permite ter esperança. Afinal, a cartomante afirma que macabéa se casara com um estrangeiro rico, que vai ama-la muito.
Emocionada com as previsões da cartomante, que diz à garota que sua vida irá mudar repentinamente: Macabéa fica entusiasmada, mas quando sai na rua é atropelada por uma Mercedes-Benz. Caída na calçada e sangrando muito sem que ninguem lhe ofereça socorro, sua morte chegará e juntamente com ela a sua “ Hora da estrela”.

Referências: LISPECTOR, Clarice. A hora da Estrela . Rio de Janeiro, Rocco: 1998