quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sintese do texto "Repensando a textualidade"

O Texto “ Repensando a Textualidade “ de Maria Da Costa Val, aborda em seu conteúdo elementos constitutivos da Historia da Linguistica textual, que possui como objeto de estudo a noção de texto e os fatores relacionados a sua produção e recepção .
De Acordo com os estudos de Maria- Elisabeth Conte (1970)A Lingüística textual passou por três grandes momentos de estudos; sendo o primeiro o da Analise transfrástica cuja atenção se voltava para os estudos da relação entre os enunciados, e os fenômenos que não conseguiam ser explicados pelas teorias sintáticas e/ou semânticas, quando se toma a frase como unidade máxima de analise. Focalizando fenômenos como a correferência, o emprego do artigo e a correlação entre o tempo e modos verbais, hoje requeridos pela coesão textual.
Um dos grandes estudiosos deste momento foi Isenberg(1968)que chama atenção para o estudo das relações não expressas por marcas lingüísticas de superfície, no qual o autor postula a existência de doze procedimentos de textualização que regularizam as possíveis relações entre os enunciados e possibilita aos falantes gerar e reconhecer estruturas lexicais subjacentes.
A segunda vertente da lingüística textual volta-se para a construção de gramáticas do texto no qual o texto passa a ser visto como além de uma seqüência de frases e seu significado dá-se a partir do todo que o compõe . também há uma ampliação do conceito Chomskiniano de competência lingüística para competência textual.Tida como a capacidade que habilitaria os falantes a produzir, interpretar e reconhecer textos coerentes.
Na terceira vertente da Linguística Textual, é trabalhada a construção de teorias do texto, enfatizando os aspectos pragmáticos. E buscando a ampliação acerca da competência comunicativa, ou seja, referente à capacidade de se participar com eficiência e eficácia nas situações sociais de comunicação.
De acordo com Costa Val ,foram surgindo conceitos importantes a cerca da significação do texto como o de Halliday & Hasan (1976)que classificam o texto como”uma unidade de língua em uso’ (p.1), a textura que equivale à textualidade define-se como uma propriedade que faz com que o texto funcione ‘como uma unidade em relação a seu contexto’ (p.2).
Segundo Costa Val citando Beaugrande & Dressler (1981), que postulam sete princípios que constituem a textualidade,sendo eles: a coesão, coerência, intencionalidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e intertextualidade; que funcionam integradamente com três princípios reguladores da comunicação textual – eficiência, eficácia e adequação.
A eficiência de um texto diz respeito à sua capacidade de comunicar com o mínimo de esforço tanto do produtor quanto do receptor; a eficiência (eficácia na verdade) está ligada a sua capacidade de ‘impressionar’ o recebedor; a adequação tem a ver com a pertinência e relevância do arranjo que constitui sua textualidade com relação ao contexto em que ele ocorre (p. 41).
Segundo Charolles (1978),in Introduction aux problèmes de la coherence des textes, sobre as regras ou as ‘meta-regras’ que constituem a coerência, ele afirma que a coerência e o sentido do texto dependem da situação, o texto não é coerente e nem deixa de ser em si mesmo, é a situação que o determinará como coerente ou não para alguém.
Na primeira meta-regra, denominada meta-regra de repetição ( como a reiteração e a paráfrase) diz que um texto para ser coerente, é necessário que haja em sua composição um desenvolvimento linear, elementos e recorrência estrita; A segunda meta-regra diz respeito à progressão, na qual para que um texto seja coerente é preciso que em seu desenvolvimento haja uma contribuição semântica que se renove constantemente. Costa Val cita Como exemplo a intuição textual dos falantes no requisito de coerência com expressões como ‘ir para frente’, ‘não ficar amassando barro’, etc. Na terceira mete-regra temos alusão ao fenômeno que se refere à não-contradição, ou seja para que o texto seja coerente, é preciso que no seu desenvolvimento não se introduza nenhum elemento semântico que venha a contradizer algo posto por uma ocorrência anterior, ou deduzível desta por inferência .
A quarta e última meta-regra é a que Charolles (1978) denomina de meta-regra de relação. E diz que , para que uma seqüência ou um texto sejam coerentes, é necessário que os fatos que denotam no mundo representado estejam diretamente relacionados.
Charolles mostra que a utilização das metas-regras não perde de vista a coerência, sendo que a coerência não encontra-se delimitada ao texto enquanto produto, mas antes a um processo resultante de interlocução .Beaugrande (1997) citado por Costa Val diz que é essencial ver o texto como um método comunicativo, nas quais se devem levar em conta ações lingüísticas, cognitivas e sociais.
Conforme Costa Val a interpretação de um texto vai depender dos conhecimentos acerca dos princípios de textualização, como coesão, coerência e entre outros . levando-se em conta que o texto não é apenas um produto em si, mas resultado de uma atividade lingüístico-cognitiva socialmente situada.

Referencia Bibliográfica:

AZEREDO, José Carlos (org.). Repensando a textualidade. In: Língua portuguesa em debate: conhecimento e ensino. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007, p. 34-51.

4 comentários:

  1. Passamos e após ler a postagem, informamos que o conteúdo é bem coerente com o que diz o texto de Costa VAl. Muito bom.

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  2. A postagem foi muito pertinente, o conteúdo tem um bom suporte, e este é essencial para realização do conhecimento a cerca do mesmo.

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  3. Muito bem elaborada a presente síntese, o contéudo era bem extenso e vocês souberam como retirar os pontos mais imporatantes, sem perder a essência do texto.

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  4. Muito bom. Boa síntese. Sugiro mais atenção com a textualidade. É muito importante cuidarmos da organização/encadeamento das ideias.

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